- Fábio Linjardi
Um bebê de 4 meses, cuja a mãe usuária de crack tentou vendê-lo por R$ 20 mil, foi resgatado em um ponto de drogas em Paiçandu e está desde a última sexta-feira sob os cuidados do Conselho Tutelar de Maringá.
responsável por tirar o menino de um casebre frequentado por usuários drogas é uma mulher de 40 anos, ex-madrasta da mãe da criança, uma adolescente de 17 anos que é dependente química.
responsável por tirar o menino de um casebre frequentado por usuários drogas é uma mulher de 40 anos, ex-madrasta da mãe da criança, uma adolescente de 17 anos que é dependente química.
Maria (nome fictício) mora em Paiçandu, trabalha na área de extrativismo, ganha pouco mais de um salário mínimo por mês e está divorciada há 3 anos. Ela tem dois filhos com o ex-marido, mas adolescente que tem lhe tirado o sono é de uma relação anterior.
A jovem estava no interior de São Paulo e chegou em Paiçandu há 5 meses, já grávida. O pai da criança nunca pisou no Paraná e Maria nem sabia que a moça estava na cidade, muito menos que esperava um filho.
Ex-madrasta da mãe adolescente: “Fiquei
desesperada”
O ex-marido, que segundo Maria é alcoólatra, também não tinha notícias da filha. Ela passou a investigar por conta própria até descobrir que a adolescente estava com o bebê em uma casa junto com outros usuários de drogas.
"O namorado dela disse que estava vendendo a criança por R$ 20 mil; fiquei desesperada", recorda. O rapaz, que Maria diz ser namorado de sua ex-enteada, foi assassinado recentemente – suspeita-se que durante um acerto de contas envolvendo drogas.
"Pedi ajuda para algumas pessoas, mas elas disseram que nem a polícia tinha coragem de ir até aquela casa. Então eu fui e consegui voltar com a criança", diz Maria. Ela conta que isso aconteceu há 3 meses.
Ao chegar na residência, a mãe da criança e o namorado tinham saído e os frequentadores do local pareciam "zumbis" – tamanha a magreza e entorpecimento. O bebê estava magro, cheirava mal e chorava.
Os moradores concordaram em deixar que Maria fosse embora com o bebê, que ainda não foi registrado porque a mãe sumiu com os papéis emitidos pelo hospital. Maria, com apoio de parentes, passou 3 meses cuidando do menino até que na última quinta-feira, a criança foi raptada.
A mãe da criança estava na casa, mas não ofereceu resistência. "A mulher quer ficar com a criança, acreditamos que ela cuidou bem do bebê, mas essa agora é uma decisão da Justiça", diz o conselheiro tutelar Carlos Bonfim.
O menino está desde sexta em um abrigo do Conselho Tutelar, com endereço mantido em sigilo. Ontem, a situação foi levada ao conhecimento do Ministério Público. Não há prazo para que o futuro da criança seja definido.